outro dia estava tendo uma conversa na sala dos professores que achei muito interessante, a prof de quimica jogou a pauta: o que vocês fariam se pudessem fazer tudo? se nada fosse impedimento, vivessemos num mundo onde você realmente pudesse escolher o que faz. teve respostas tipo, “teria um trabalho tipo comissário de bordo, um dia está num lugar, outro está no outro” “faria vários hobbies, cerâmica, pintura, dança” “eu viajaria fazendo documentários sobre o mundo” ai minha primeira resposta foi “eu dormiria por muitas horas seguidas” ai eu repensei e falei que gostaria de ser agricultora.
bem, foi uma conversa singela e das que eu gosto muito de ter, sinto que conheci melhor meus colegas naquele momento. você vê o olhar infantil das pessoas quando elas se deparam com uma pergunta tão livre, aqui você pode tudo e faz imaginar ao invés de pensar. eu gosto bastande dos profes dessa escola que eu trabalho enfim…
mas isso abriu um triplex na minha cabeça, sobre eu ser alguém que vive fazendo muitas coisas… nesse momento, por exemplo,
eu dou aula de artes,
sou fotógrafa,
sou artista,
fiz um curso de roteiro recentemente,
estou num grupo de yoga,
estou aprimorando minha técnica de carne ao molho,
estou assistindo the bear, and just like that e abbott elementary,
acabei de ler um livro de suspense/terror,
vou iniciar a co direção de um espetáculo de teatro,
estou fazendo aula de desenho com a minha vizinha,
participo de um coletivo de fotógrafos,
vou começar a dar uma residencia online sobre registrar o estado de SC,
faço terapia porque acho que vou morrer com muita frequência,
me interesso por psicanálise e escuto mil podcasts sobre isso,
acabei de passar uma oficina sobre sementes crioulas e plantas medicinais com minhas companheiras do MMC Floripa,
estou tendo que fazer exames frequentes por causa da minha saúde intestinal/endometriose (ou será por causa das minhas noias),
tive uma ideia de livro,
escrevo essa revistinha uma vez por semana,
e em toda a minha vida foi assim, desde que eu sou adolescente eu nunca estive envolvida em uma só coisa. quando eu tinha 15/16/17 anos poraí em Joaçaba eu ia na escola, estava num grupo de teatro, de dança, fazia pilates, yoga, aula de bateria, jogava handball e queria muito ter uma banda com umas amigas.
depois fui pra faculdade de história em floripa, continuei fazendo teatro, yoga, fiz kung fu… sinto que tudo isso me tornou um megazord de conhecimentos-não-aprofundados mas que eu não me importo com isso realmente, aprofundar… eu gosto de testar coisas. é engraçado que meu desejo se tudo fosse possível é dormir… eu ja faço todos os hobbies que eu quero.
o jeito que eu gasto meu salário é só com isso, com aprender coisas hasuhsasausa. eu amo variedade e me sinto como a própria unidade na variedade. desde a antiguidade um dos príncipios da estética é a unidade na variedade.
O conceito de unidade na variedade foi desenvolvido posteriormente no início dos anos 1700 por Francis Hutcheson , que declarou que a excitação é gerada pela "Uniformidade em meio à Variedade", que gera um prazer "desinteressado” (ou seja, aquele sem consideração por questões práticas, como a existência do objeto considerado ou os desejos do corpo, como a sede).
citação do artigo da wikipédia em ingles sobre isso pra vocês verem que eu não to inventando. é algo mesmo isso ai… porque eu já participei de um grupo de estudos sobre estética rsrsrsrsrs
acho que nada de diferente poderia vir de uma criança que tinha como seu entretenimento favorito RaTimBum da tv cultura, pra mim, aquilo me causa até hoje um prazer desinteressado que nossa. eu amo tudo, amo as cores, amo a estética, amo que são atores, amo os bordões, amo o medo que da ao ver certos personagens, acho o programa infantil perfeito.
vocês se acham monotemáticos ou vocês fazem coisas nada ve com nada na vida?
No meu mundo isso é regra, não excessão 😂
completamente Ronaldinho Gaúcho das idéias, tem rolê aleatório? eu tô lá 👍🏽